domingo, 26 de julho de 2009

Capítulo 7 – Dentro do caminhão.

Capítulo 7 – Dentro do caminhão.

Tinha de salvá-lo mas não sabia como. O quê seriam aqueles sinais que o homem ruivo misterioso deixou em meu chapéu. Peguei o chapéu e comecei a observar os sinais, parecia que quanto mais eu observava mais difíceis de compreender eles ficavam, retornei a colocar o chapéu de boiadeiro em minha cabeça e observei a rua, notei que havia um caminhão, que como as pranchas flutuava sobre o solo era de cor preta metalizada, cheio de fios e botões, parecia estar estacionado. Havia um desenho de uma montanha prateada na porta de trás, ao lado da maçaneta. Mais precisamente haviam duas montanhas uma em cada porta, pois a parte de trás do caminhão era de porta com duas folhas, e respectivamente em cada uma das folhas se encontrava uma montanha desenhada, assim como em meu medalhão.
Sem temer fui correndo atrás dele e me pendurei na traseira, flutuando o caminhão começou a deslizar, através daqueles estranhos trilhos na rua, sua velocidade começou a aumentar, era muito difícil continuar me segurando atrás, eu pegava firmemente alguns circuitos e pisava em uma espécie de pára-choques. Tentei inutilmente abrir as portas, sem conseguir quaisquer êxitos destruí em estado de fúria a maçaneta, a porta se abriu.
O veículo começou a parar, entrei rapidamente nele tentando com esforço fechar a porta, estava muito escuro, acendi a lanterna, a qual gloriosamente trouxera comigo. Haviam lá dentro muitas caixas de ferro, marcadas com desenhos em relevo de bronze, desenhos que ilustravam duas montanhas que novamente conferiam com os desenhos do medalhão, quando percebi que havia parado o caminhão me ocultei rapidamente entre as caixas. Passado algum tempo pude notar os soldados como aqueles que vira antes, eram mecânicos, porém eram esverdeados com olhos espelhados. Entraram no caminhão e para minha sorte pegaram somente algumas caixas. Fecharam novamente a porta e a escuridão voltou a reinar, senti que o caminhão voltou a se deslocar. Novamente com a lanterna continuei minha pesquisa de conhecimento. O que mais me interessava eram as caixas, havia grande curiosidade em saber o que havia dentro, eram feitas de ferro e detalhadas em bronze, eram realmente muito bonitas. Com muito esforço me ative em tentar abrir uma delas, sem lograr levantei outra caixa com suprema vontade, já que pesava demasiadamente, joguei contra outra caixa, a caixa atirada rachou-se, não por inteiro, e pude ver que de dentro da rachadura saía um brilho muito forte, quase que cegante se olhado diretamente, era um brilho esverdeado.
Com minhas forças abri a rachadura, arrombando por inteiro a caixa, espalharam-se pelo chão centenas de pedras verdes, fascinantes em sua beleza, brilhavam esplendorosamente, neste momento me lembrei da pedra que o homem ruivo portava na região da testa, que era igual à estas. Peguei uma das pedras nas mãos e comecei a apreciar seu brilho, porém a lanterna começou a perder luminosidade, as pilhas deveriam estar em péssimo estado. Guardei uma destas esmeraldas no bolso e fiquei olhando para o relevo das montanhas das caixas em meio à escuridão. Numa das caixas percebi que no ápice da montanha havia um pequeno círculo. Procurando fazer comparações reacendi a lanterna a ver como era o desenho das montanhas em meu medalhão. Com olhos de lince notei que havia uma concavidade no ápice de uma das montanhas e lá inseri a esmeralda já que achei uma possibilidade cabível.
Com grande paciência recoloquei as esmeraldas na caixa e a fechei, com imperfeição, mas tentando fazer com que a caixa parecesse nova. Devo haver ficado cerca de uma hora esperando que algo acontecesse, foi quando o caminhão parou, neste justo momento pensei no ancião, seu rosto apareceu de forma luminosa e holográfica bem na minha frente, não era real pois minhas mãos traspassavam a imagem. Ele portava um medalhão, apertei meu medalhão instintivamente, como se algum pensamento oculto tivesse interferido sobre minha própria vontade, senti que a pedra que eu tinha incrustado se deslocou de lugar. Fiquei espantado, pois eu sou dono de minha vontade, mas meus movimentos pareciam haver sido executados por pensamentos de outro. A imagem desapareceu e a porta abriu-se, rapidamente me escondi atrás das últimas caixas. Três soldados mecânicos vieram e começaram a tirar as caixas. Fiquei paralisado como uma estátua, tiraram todas e fiquei à vista deles, porém eles agiram como se eu não existisse, não entendia aquela situação. Depois que eles se foram escondi meu medalhão por baixo de minha roupa de couro para ocultá-lo. Pela grossura do couro não percebia-se o relevo do grande medalhão.

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