domingo, 26 de julho de 2009

Capítulo 5 – O fantástico retorno.

Capítulo 5 – O fantástico retorno.

Tinha muita curiosidade, queria conhecer a cidade, era muito diferente e estranha senão esquisita, ainda tinha medo de que algo me acontecesse. Combinamos de nos encontrar mais tarde em frente à uma praça igualmente estranha, poderia ficar livre por um tempo. Comecei a andar pelas calçadas metálicas quando em frente à um monumento de uma forma abstrata encontrei uma estatueta que tinha cabeça de águia e corpo de leão, peguei ela para min furtivamente, precavendo-me de que ninguém me visse.
Ao notar que ficava mais escuro o dia, após perambular pela cidade me dirigi ao ponto de encontro. O ancião havia chegado, estava com um grande medalhão pendurado no pescoço. O encanto iria iniciar.
Juntamos as partes da pedra, um forte brilho azul apareceu no lugar da rachadura, tanto eu quanto ele ficamos assustados esperando que surgisse uma porta de passagem ao nosso mundo. Uma cúpula de energia amarela surgiu do chão, sem hesitar pulamos dentro dela e começamos a cair através de um imenso buraco de ofuscante brilho amarelado, uma sensação entorpecente se apoderou de min, comecei a perder os sentidos de forma gradativa.
Caímos em um depósito de lixo com um cheiro fétido extremamente desagradável, porém meu novo amigo parecia Ter batido com a cabeça em uma carcaça de carro, e morria de forma dolorosa e triste, pois justo no momento em que retornara aos seus conterrâneos ficara privado de vê-los. Comecei a chorar em prantos por sua morte. Antes de chegar o momento derradeiro da morte ele proferiu as seguintes palavras, as quais soaram de forma enigmática:
- Medalhão Zincs... leão águia...
- Acorde por favor!
- Medalhão...
- Não morra! Seja forte.
- Zincs... Zincs... leão...
- Maldito seja o destino! – Gritei eu com ímpetos de esmurrar uma parede de aço.
O homem estava como um moribundo, e ficava repetindo aquelas palavras de forma contínua, cada vez mais apagado, não sabia o que fazer, derrepente caiu do céu aquela estatueta com cabeça de águia e corpo de leão, justo em um monte de estrume numa espécie de aterro ainda aberto, com muito nojo entrei na sujeira e peguei a estatueta, tentando me limpar e limpa-la com trapos velhos e sebosos, tentei por momentos decifrar suas palavras, quando julguei que ele finalmente morrera o levei em um carro de construção para enterrá-lo no cemitério. Deixei o medalhão na estatueta e o cadáver inerte do ancião encostado atrás da estatueta, fui procurar um jazigo vazio quando me deparei com meu próprio enterro, onde ao redor todos os meus parentes encontravam-se com grande tristeza e morbidez:
- Sérgio Berengall nos está deixando, partindo para um mundo muito melhor: o além...
Retornando assustado ao local onde deixara o ancião o encontrei vivo, e alegre:
- Como decifraste o enigma?
- Quê enigma?
- Minhas derradeiras palavras filho.
- Agora me vejo em confusão, não sei de que se trata isto.
- Pois minha alma retornou ao corpo no momento em que você posicionou corretamente o medalhão e a estatueta da praça sagrada de Shamtyn. Obrigado.
- Foi mero acaso, pois eu não sabia disto, somente deixei nesta posição porque acreditei ser algo bonito para um momento que considero importante: seu enterro. Porém o que não entendo é que me estão enterrando à duzentos metros daqui.
- Eu lhe explico – Disse ele com ar de sapiência, recompondo-se da situação anterior. – Zeus da morte por vezes produz maldosamente um corpo igual ao que rapta em forma cadavérica putrefata, isto ocorre justo no momento em que entra-se na porta, porém nem sempre é desta maneira, tudo depende da vontade de Zeus da morte. À ele há preferências diabólicas de causar desaparecimentos. Porém seu poder é limitado e verá que nesta noite todos se esquecerão do que ocorreu, ou seja, de sua morte, e crerão que tudo está dentro da mais harmoniosa normalidade. Já que retornaste ao seu mundo: o planeta Terra.
- Claro... acho que entendi, mas estou fedendo como um porco. Não sei que direi à todos se me virem assim.
- Nunca diga nada sobre a verdade da lenda ou causará vinganças...
- Como assim?
- Por causa dos exércitos, rápido sinto uma energia sinistra coloque o medalhão em seu pescoço para que não suma ... – Subitamente ele começou a desaparecer.
- O quê está ocorrendo?
- Rápido coloque, não há tempo.
Desapareceu, e eu indignado com a situação procurei me esconder nos recônditos do cemitério até que passasse a meia noite. Fui para casa, entrei soturnamente e fui me limpar e lavar as roupas no tanque, comi como um esfomeado e deitei para dormir, o medalhão ainda estava em meu pescoço quando acordei de manhã e brilhava com um ofuscante azul. Pensei por momentos que tudo houvera sido um sonho, mas a prova mais concreta eram minhas dores de fadiga e o próprio medalhão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário